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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Piometra Canina

A piometra é um quadro clínico patológico que afeta somente as cadelas, principalmente com mais de 5 anos e raramente em jovens. A doença ocorre derivada de uma infecção bacteriana que se aloja no útero. Geralmente ocorre após uma hiperplasia cística do endométrio (HCE).

Fatores comuns que levam as cadelas a desenvolverem piometra são: problemas hormonais, utilização de anticoncepcionais e predisposição genética, estes são os responsáveis por desencadear este tipo de infecção uterina.

Não é impossível que fêmeas mais jovens sofram de piometra. Elas produzem menos progesterona e é a produção da progesterona que desencadeia o acumulo das secreções uterinas e,  por consequência, leva a infecções secundárias que dão origem a piometra.

Apenas cadelas que já tenham entrado no cio podem desenvolver a doença, portanto, filhotes estão livres de desenvolver piometra. Em geral a piometra pode ser detectada através de uma secreção com cheiro bastante forte, isso ocorre depois do período de cio. Muitas pessoas acreditam que sua cadela ainda está sangrando e acabam não dando importância, o que retarda o diagnóstico, colocando em risco a vida da cachorra.

A progesterona está diretamente relacionada com o desenvolvimento da piometra, e tanto ela, quanto o estrogênio, estimulam a alteração hormonal responsável por esta doença.

Com o cio os níveis de progesterona se elevam por 8-10 semanas preparando as paredes uterinas para a gravidez. Se a fêmea não engravida ao longo de vários cios, as paredes uterinas continuam a engrossar até formar quistos, estas paredes uterinas quísticas segregam líquido para o interior do útero, criando um ambiente favorável ao crescimento bacteriano, os níveis elevados de progesterona inibem a contração uterina e a expulsão da infecção e com o cérvix da fêmea aberto para a fecundação, as bactérias que estão na vagina encontram um caminho aberto e sobem para o útero que já esta favorecido a proliferação de bactérias, causando uma intensa infecção conhecida como piometra que pode ser:

Piometra Aberta

Mais fácil de perceber, a cachorra apresenta uma descarga vaginal de pús ou fluido uterino geralmente com mau cheiro.

Piometra Fechada

Não existe descarga vaginal, porque o cérvix está fechado. Geralmente a piometra fechada é mais preocupante porque a cachorra pode adoecer gravemente antes que o dono perceba.

A piometra é uma infecção gravíssima que leva a morte rapidamente se não for percebida a tempo, pode ocorrer o rompimento do útero e uma infecção generalizada, e dependendo da fase da descoberta é necessário controlar a infecção antes de fazer uma intervenção cirúrgica.

Sintomas

Podem ser variados passando por aumento do consumo de água e da produção de urina, febre, depressão, falta de apetite, perda de peso, vômitos, diarreia e secreção vaginal  quando for aberta.

O consumo de água é detectado devido ao rim ser afetado pelas toxinas bacterianas, levando a cachorra a produzir mais urina e a ingerir mais água. Isto ocorre tanto em piometras abertas como fechadas.

As análises de sangue podem revelar afecção de outros órgãos (fígado, rim, etc) lesados pela progressão da doença. O hemograma apresenta uma elevação marcada da contagem das células brancas e também das globulinas (um tipo de proteína produzido pelo sistema imune) no sangue. A radiografia e ultra-sonografia abdominal confirmam o diagnóstico.

Tratamento

A cachorra deve ser internada, deve-se administrar  por via intravenosa soro e antibióticos para estabilizar a cachorra até que seja possível a cirurgia através de uma esterilização de urgência (ovariohisterectomia).

Existem outros métodos de combater a doença, como a administração de prostaglandinas F2 alfa e antibióticos, embora estas não possam ser usadas em  cachorras muito doentes, devido ao risco de vida em que a doença coloca a sua cachorra.


Foto: Google Imagens.

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