A piometra é um quadro clínico patológico que afeta somente as cadelas,
principalmente com mais de 5 anos e raramente em jovens. A doença ocorre
derivada de uma infecção bacteriana que se aloja no útero. Geralmente ocorre
após uma hiperplasia cística do endométrio (HCE).
Fatores comuns que levam as cadelas a desenvolverem piometra são:
problemas hormonais, utilização de anticoncepcionais e predisposição genética,
estes são os responsáveis por desencadear este tipo de infecção uterina.
Não é impossível que fêmeas mais jovens sofram de piometra. Elas produzem menos progesterona e é a produção da
progesterona que desencadeia o acumulo das secreções uterinas e, por
consequência, leva a infecções secundárias que dão origem a piometra.
Apenas cadelas que já tenham entrado no cio podem
desenvolver a doença, portanto, filhotes estão livres de desenvolver
piometra. Em geral a piometra pode ser detectada através de uma secreção com cheiro bastante
forte, isso ocorre depois do período de
cio. Muitas pessoas acreditam que sua cadela ainda está sangrando e acabam não
dando importância, o que retarda o diagnóstico, colocando em risco a vida da
cachorra.
A progesterona está diretamente relacionada com o desenvolvimento da
piometra, e tanto ela, quanto o estrogênio, estimulam a alteração hormonal
responsável por esta doença.
Com o cio os níveis de progesterona se elevam por 8-10 semanas
preparando as paredes uterinas para a gravidez. Se a fêmea não engravida ao
longo de vários cios, as paredes uterinas continuam a engrossar até formar
quistos, estas paredes uterinas quísticas segregam líquido para o interior do
útero, criando um ambiente favorável ao crescimento bacteriano, os níveis
elevados de progesterona inibem a contração uterina e a expulsão da infecção e
com o cérvix da fêmea aberto para a fecundação, as bactérias que estão na
vagina encontram um caminho aberto e sobem para o útero que já esta favorecido
a proliferação de bactérias, causando uma intensa infecção conhecida como
piometra que pode ser:
Piometra Aberta
Mais fácil de perceber, a cachorra apresenta uma descarga vaginal de pús
ou fluido uterino geralmente com mau cheiro.
Piometra Fechada
Não existe descarga vaginal, porque o cérvix está fechado. Geralmente a
piometra fechada é mais preocupante porque a cachorra pode adoecer gravemente
antes que o dono perceba.
A piometra é uma infecção gravíssima que leva a morte rapidamente se não
for percebida a tempo, pode ocorrer o rompimento do útero e uma infecção
generalizada, e dependendo da fase da descoberta é necessário controlar a
infecção antes de fazer uma intervenção cirúrgica.
Sintomas
Podem ser variados passando por aumento do consumo de água e da produção
de urina, febre, depressão, falta de apetite, perda de peso, vômitos, diarreia
e secreção vaginal quando for aberta.
O consumo de água é detectado devido ao rim ser afetado pelas toxinas
bacterianas, levando a cachorra a produzir mais urina e a ingerir mais água.
Isto ocorre tanto em piometras abertas como fechadas.
As análises de sangue podem revelar afecção de outros órgãos (fígado,
rim, etc) lesados pela progressão da doença. O hemograma apresenta uma elevação
marcada da contagem das células brancas e também das globulinas (um tipo de
proteína produzido pelo sistema imune) no sangue. A radiografia e
ultra-sonografia abdominal confirmam o diagnóstico.
Tratamento
A cachorra deve ser internada, deve-se administrar por via intravenosa
soro e antibióticos para estabilizar a cachorra até que seja possível a
cirurgia através de uma esterilização de urgência (ovariohisterectomia).
Existem outros métodos de combater a doença, como a administração de
prostaglandinas F2 alfa e antibióticos, embora estas não possam ser usadas
em cachorras muito doentes, devido ao risco de vida em
que a doença coloca a sua cachorra.
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