Vírus da Leucemia Felina - FeLV - Pequenos Amigos

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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Vírus da Leucemia Felina - FeLV

O vírus da leucemia felina, também conhecido como FeLV é um retrovírus e pertence ao gênero Gammaretrovirus. Esse gênero é composto por vírus endógenos e exógenos.

EPIDEMIOLOGIA

O vírus da FeLV já pode ser encontrado em vários países e sua ocorrência varia com a localização geográfica. Sua prevalência é influenciada pela densidade populacional.

Dentre os fatores de risco para a infecção pelo vírus da leucemia felina, o maior risco está voltado para os machos. A idade, também é apresentada como um fator de risco. O modo de vida do animal também vai ter importância, gatos não confinados e com acesso à rua apresentam grandes chances de serem positivos. Animais que compartilham o ambiente com outros, como em abrigos, vasilhas e etc. aumentam suas chances de contraírem a infecção.

Apenas 30% dos animais que tem contato com o vírus desenvolvem viremia persistente com infecção progressiva. 40% dos animais infectados desenvolvem anticorpos contra o antígeno p15E. 28% dos animais desenvolvem infecção regressiva com latência e de 5 a 10% dos animais desenvolvem infecção atípica.

PATOGENIA

Após a exposição oronasal, se tem a infecção regressiva, onde o vírus replica-se nas tonsilas e linfonodos regionais e o animal desenvolve resposta imune contra o vírus, eliminando-o. Caso o animal não desenvolva imunidade adquirida, o vírus dissemina-se pelos linfócitos e monócitos, gerando a viremia. Na infecção latente o animal vai apresentar a viremia e vai ter infecção de células da medula óssea, meses depois o animal desenvolve resposta imune, que é capaz de eliminar a viremia. A infecção persistente vai ocorrer nos animais que apresentam sistema imune incapaz de eliminar a viremia, ocorrendo disseminação do vírus para os tecidos glanulares e epiteliais, incluindo glândulas salivares e mucosas nasal e faringeal.

TRANSMISSÃO

O vírus está presente nas secreções dos animais infectados, como saliva, secreções nasais, e em menor número nas fezes, urina e leite. Portanto a principal forma de transmissão da FeLV é a horizontal, através da mordedura e limpeza mútua entre gatos. O compartilhamento de pratos de comida e caixas de areia também pode ser fonte de transmissão do vírus.

A transmissão vertical também pode ocorrer durante a gestação. Mães infectadas podem transmitir o vírus aos seus filhotes durante a gestação, os filhotes que sobreviverem nascem infectados e morrem rapidamente.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

O vírus da FeLV pode ocorrer em animais de qualquer idade, mas geralmente é vista nos gatos de 2-4 anos de idade, podendo provocar diversas doenças, geralmente fatais.

Animais infectados apresentam-se imunodeprimidos, podendo exibir sintomatologia ou não, e assim ficam expostos a microrganismos tais como Salmonella spp, Mycoplasma haemofelis Cryptococcus spp. Podem ainda apresentar manifestações clínicas de doenças crônicas, como por exemplo, estomatite.

São vistas ainda anemia, na maioria não regenerativa, linfomas, mielodisplasia (associada ao surgimento de anemia), anisocoria, midríase, síndrome de Horner, incontinência, hiperestesia, paresia, paralisia, vocalização anormal e etc.

DIAGNÓSTICO

Animais doentes, mesmo tendo como resultado negativo em testes passados, filhotes, gatos recém-adquiridos, gatos que tenham entrado em contato com algum animal infectado, devem passar por teste diagnóstico de ano em ano. Os testes para diagnóstico são divididos em direto (que detectam antígenos ou ácidos nucleicos e o isolamento viral) e indireto (que detecta os anticorpos).

Para a detecção de antígenos pode ser utilizado o teste de ELISA, que vai detectar a proteína de capsídeo de 27kDa no soro ou plasma do animal infectado, que nesse caso vai aparecer em abundância. O teste de ELISA detecta os animais infectados a partir da quarta semana após a infecção. O teste da imunofluorêscencia direta (IFA) também pode ser utilizado, porém a detecção pode sair prejudicada.

O isolamento viral é importante na detecção do vírus, pois ele é capaz de detectar o vírion. A desvantagem desse método é que ele requer tempo de cultura prolongado e nem todos os laboratórios fazem.

TRATAMENTO

Ainda não se tem um tratamento que elimine o vírus, apenas que melhore as condições de vida do animal infectado e que evite a progressão da doença.

O isolamento do animal e controle veterinário a cada seis meses é indicado, devendo ser verificado o peso do animal, acompanhado de controles laboratoriais, tais como: hemograma, perfil bioquímico e urinálise. Uma boa alimentação é aconselhável, principalmente em animais assintomáticos, evitando o desenvolvimento de doenças.

Para tratamento de inflamações crônicas, como estomatite, é aconselhável o uso de metronidazol. Fármacos como a griseofulvina não devem ser usados, já que eles possuem a capacidade de provocar mielossupressão. Para as infecções secundárias, deve ser utilizado antibióticos, como a doxiciclina. Em casos de anemias é recomendada a transfusão sanguínea e fluidoterapia.

PROGNÓSTICO

Os animais infectados pelo vírus da leucemia felina, sem outras doenças, podem apresentar-se normais, sem sinais clínicos, por meses e até anos.

Animais infectados, com viremia persistente, apresentam cerca de 2 a 3 anos de esperança de vida, após o aparecimento das primeiras manifestações clínicas.


Foto: Google Imagens.

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