O vírus
da imunodeficiência felina, conhecido como FIV, pertence à subfamília Orthretrovirinae do
gênero Lentivirus.Eles são capazes de se manterem latentes no
hospedeiro por bastante tempo, não se replicam mas evitam o reconhecimento
pelos anticorpos e atuam como reservatório viral. O vírus tem relação a
desordens no sistema hematopoiético, linfoadenopatias e infecções oportunistas.
EPIDEMIOLOGIA
O vírus
da FIV é mundialmente disseminado, tendo sido encontrado em vários locais do
mundo. Foi isolada em pelo menos 27 espécies felinas, além do gato doméstico,
sendo eles pumas, leões e etc. Foram encontrados 7 subtipos: A, B, C, D, E, F e
U, a virulência e distribuição apresentam variados graus.
PATOGENIA
O vírus
da imunodeficiência felina (FIV) tem predileção pelos linfócitos T CD4+
ativados, podendo infectar também macrófagos e células dendríticas. Os
linfócitos T CD4+ participam da função imune na resposta humoral, na produção
de anticorpos e na resposta celular. O receptor primário para a FIV é o CD134.
A glicoproteína 120 (gp120) vai se ligar inicialmente com o receptor CD134,
causando alterações no envelope viral e uma segunda interação com o co-receptor,
CXCR4, com isso ocorre à fusão viral à membrana celular do hospedeiro e a
entrada do vírus na célula do hospedeiro.
TRANSMISSÃO
Na
maioria dos casos, a transmissão da FIV entre gatos adultos se da de forma
horizontal. A principal forma de transmissão da FIV é pela inoculação
parenteral do vírus, que está presente na saliva do animal infectado, podendo
ocorrer através de mordedura e ferimentos (resultantes de brigas).
Outras
formas de transmissão incluem a limpeza mútua, transmissão por via uterina, por
meio do leite e sexualmente, porém não são vistas frequentemente.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sinais
clínicos associados à infecção pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV)
podem resultar da ação direta do vírus ou pode ser uma consequência da síndrome
imunossupressora associada ao agente. As manifestações clínica, em alguns
animais, surgem rapidamente, enquanto tem animais que não apresentam qualquer
sinal durante anos.
A fase I
da infecção, de caráter agudo, cerca de 4 a 6 semanas após a fase inicial da
infecção, o animal pode apresentar linfoadenomegalia, prostração, fraqueza,
leucopenia, enterite aguda, febre, linfopenia e neutropenia.
Os
animais entram em fase assintomática (fase II) logo após a fase aguda da
infecção, não apresentando quaisquer sintomatologia, apesar do vírus estar
presente e ativo no plasma e na saliva do animal. Nessa fase ocorre depleção do
sistema imune, deixando o animal exposto a doenças de caráter crônico.
A fase
crônica da infecção os animais podem apresentar inflamação gengival crônica,
doenças do trato respiratório superior, pneumonias, piotórax, cistite
bacteriana, peritonite infecciosa felina, candidíase e etc.
DIAGNÓSTICO
Para
diagnosticar a infecção é necessário detectar o vírus da imunodeficiência
felina no linfócito T ativados pela amplificação da sequencia de ácidos
nucleicos do vírus no sangue periférico ou em outras células através do PCR,
que a partir da primeira a terceira semana que sucedem a infecção eles já podem
detectar.
A
imunofluorescência indireta (IFA) também é outro método para diagnosticar a
infecção. Consiste na fixação das células infectadas em uma lamina como fonte
de antígeno viral. Após a ligação com as células infectadas, os anticorpos do
animal contra o vírus são identificados através de um anticorpo fluorescente
secundário para o IgG felino.
TRATAMENTO
O
tratamento é inespecífico, porém, é importante criar um tratamento de suporte
que vise controlar o aparecimento de infecções secundárias e melhore as
condições do animal, bem como a sua qualidade de vida.
Deve ser
feito o uso de antibióticos em infecções secundárias comuns em gatos acometidos
pela FIV, de preferencia que seja um bactericida de amplo espectro.
Para
sinais de pirexia, estomatite/gengivite e inapetência, é recomendado o uso de
corticoide em doses baixas, como a prednisolona, de forma diária ou em dias
alternados. Os corticoides apresentam boa função anti-inflamatória mas não se
deve esquecer de que são imunossupressores, sendo necessário à confirmação da
necessidade do uso do mesmo.
PROGNÓSTICO
O
prognóstico da doença é variável, vai depender das condições ambientais, idade
do animal, carga viral, cepa envolvida, estado clínico do animal e etc.
PROFILAXIA
A
vacinação seria o meio ideal para a profilaxia, porém, como existe diversidade genética
do vírus, há dificuldade no seu desenvolvimento.
Foto: Google Imagens. |
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