Vírus da Imunodeficiência Felina - FIV - Pequenos Amigos

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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Vírus da Imunodeficiência Felina - FIV

O vírus da imunodeficiência felina, conhecido como FIV, pertence à subfamília Orthretrovirinae do gênero Lentivirus.Eles são capazes de se manterem latentes no hospedeiro por bastante tempo, não se replicam mas evitam o reconhecimento pelos anticorpos e atuam como reservatório viral. O vírus tem relação a desordens no sistema hematopoiético, linfoadenopatias e infecções oportunistas.

EPIDEMIOLOGIA

O vírus da FIV é mundialmente disseminado, tendo sido encontrado em vários locais do mundo. Foi isolada em pelo menos 27 espécies felinas, além do gato doméstico, sendo eles pumas, leões e etc. Foram encontrados 7 subtipos: A, B, C, D, E, F e U, a virulência e distribuição apresentam variados graus.

PATOGENIA

O vírus da imunodeficiência felina (FIV) tem predileção pelos linfócitos T CD4+ ativados, podendo infectar também macrófagos e células dendríticas. Os linfócitos T CD4+ participam da função imune na resposta humoral, na produção de anticorpos e na resposta celular. O receptor primário para a FIV é o CD134. A glicoproteína 120 (gp120) vai se ligar inicialmente com o receptor CD134, causando alterações no envelope viral e uma segunda interação com o co-receptor, CXCR4, com isso ocorre à fusão viral à membrana celular do hospedeiro e a entrada do vírus na célula do hospedeiro.

TRANSMISSÃO

Na maioria dos casos, a transmissão da FIV entre gatos adultos se da de forma horizontal. A principal forma de transmissão da FIV é pela inoculação parenteral do vírus, que está presente na saliva do animal infectado, podendo ocorrer através de mordedura e ferimentos (resultantes de brigas).

Outras formas de transmissão incluem a limpeza mútua, transmissão por via uterina, por meio do leite e sexualmente, porém não são vistas frequentemente.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Os sinais clínicos associados à infecção pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV) podem resultar da ação direta do vírus ou pode ser uma consequência da síndrome imunossupressora associada ao agente. As manifestações clínica, em alguns animais, surgem rapidamente, enquanto tem animais que não apresentam qualquer sinal durante anos.

A fase I da infecção, de caráter agudo, cerca de 4 a 6 semanas após a fase inicial da infecção, o animal pode apresentar linfoadenomegalia, prostração, fraqueza, leucopenia, enterite aguda, febre, linfopenia e neutropenia.

Os animais entram em fase assintomática (fase II) logo após a fase aguda da infecção, não apresentando quaisquer sintomatologia, apesar do vírus estar presente e ativo no plasma e na saliva do animal. Nessa fase ocorre depleção do sistema imune, deixando o animal exposto a doenças de caráter crônico.

A fase crônica da infecção os animais podem apresentar inflamação gengival crônica, doenças do trato respiratório superior, pneumonias, piotórax, cistite bacteriana, peritonite infecciosa felina, candidíase e etc.

DIAGNÓSTICO

Para diagnosticar a infecção é necessário detectar o vírus da imunodeficiência felina no linfócito T ativados pela amplificação da sequencia de ácidos nucleicos do vírus no sangue periférico ou em outras células através do PCR, que a partir da primeira a terceira semana que sucedem a infecção eles já podem detectar.

A imunofluorescência indireta (IFA) também é outro método para diagnosticar a infecção. Consiste na fixação das células infectadas em uma lamina como fonte de antígeno viral. Após a ligação com as células infectadas, os anticorpos do animal contra o vírus são identificados através de um anticorpo fluorescente secundário para o IgG felino.

TRATAMENTO

O tratamento é inespecífico, porém, é importante criar um tratamento de suporte que vise controlar o aparecimento de infecções secundárias e melhore as condições do animal, bem como a sua qualidade de vida.

Deve ser feito o uso de antibióticos em infecções secundárias comuns em gatos acometidos pela FIV, de preferencia que seja um bactericida de amplo espectro.

Para sinais de pirexia, estomatite/gengivite e inapetência, é recomendado o uso de corticoide em doses baixas, como a prednisolona, de forma diária ou em dias alternados. Os corticoides apresentam boa função anti-inflamatória mas não se deve esquecer de que são imunossupressores, sendo necessário à confirmação da necessidade do uso do mesmo.

PROGNÓSTICO

O prognóstico da doença é variável, vai depender das condições ambientais, idade do animal, carga viral, cepa envolvida, estado clínico do animal e etc.

PROFILAXIA

A vacinação seria o meio ideal para a profilaxia, porém, como existe diversidade genética do vírus, há dificuldade no seu desenvolvimento.

Foto: Google Imagens.

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