Os rins são órgãos de grande importância, pois exerce função vital para
a vida, como a excreção de toxinas, regulação do volume de líquidos através da
produção de urina, além de funções biosintéticas.
As doenças renais podem acometer os glomérulos, os túbulos, o tecido
intersticial e/ou os vasos sanguíneos.
Suas afecções podem ser de origem hereditária/congênita (geralmente
ocorre em raças como Beagle, Bul Terrier, Chow Chow, Pinscher, Pastor Alemão,
Poodle e etc.), infecciosa e tóxica, imunomediada, por desequilíbrios
eletrolíticos (hipercalcemia e hipocalemia em felinos), e traumática. Há
tentativas de compensação da insuficiência renal por meio da reserva funcional
dos rins, da ativação dos mecanismos de hipertrofia e da hiperplasia de
néfrons. Quando há perda funcional de aproximadamente 65% dos néfrons em cães e
75% dos néfrons em gatos é detectada azotemia.
A insuficiência renal crônica (IPR) é uma doença comum em cães e gatos
idosos na clínica de pequenos animais. É caracterizada pela incapacidade dos
rins funcionarem devido à perda progressiva de néfrons, num período de meses a
anos, os sinais mais comuns são: polidipsia, poliúria, apatia, perda de apetite
e vômitos.
A anormalidade da função renal deve-se a causas pré- renais (causada por
uma doença que não seja um mau funcionamento real do rim, que diminui o fluxo
sanguíneo para o rim), renais e pós- renais (causada pela acumulação de pressão
no sistema urinário por uma obstrução) e induzem aumento da concentração de
creatinina, ureia e outros compostos nitrogenados não proteicos no sangue
resultando em azotemia.
A doença renal apresenta estágios que definem a abordagem terapêutica. O
estágio I é definido por estado não azôtemico, mas há alteração renal presente,
como a inabilidade renal de concentração urinária, proteinúria renal e
alterações renais ao ser realizado exame de imagem e biópsia. Nesse estágio é
importante manter o animal hidratado, permitindo livre acesso a ingestão de
agua e, quando necessário, corrigir a desidratação. A terapia indicada tem como
objetivo modular a pressão intraglomerular por meio do uso de inibidores da
enzima conversora da angiotensina (iECA) e reduzir a proteinúria, já que ela é
considerada um marcador de lesão renal e a sua redução pode ser benéfica.
Quando não ocorre uma resposta adequada ao iECA, poderá ser necessário o uso de
bloqueadores de receptor de angiotensina II.
O estágio II tem como característica a presença de discreta azotemia. Os
pacientes não apresentam manifestações clínicas de disfunção renal nos estágios
I e II, com exceção de poliúria e polidipsia. O estágio III é definido
pela moderada presença de azotemia e o paciente pode apresentar manifestações
sistêmicas da perda de função renal. O estágio IV é caracterizado por
intensa azotemia e o paciente apresenta perda de função renal que pode estar
relacionada à falência renal e apresentar diversas manifestações sistêmicas da
uremia, como alterações gastrintestinais, neuromusculares ou cardiovasculares.
O diagnóstico da DRC é feito com base na anamnese, no exame físico e nos
achados laboratoriais. Pode ser também através da presença de lesões
estruturais nos rins (biópsia e/ou exames de imagem). A disfunção renal pode
ser avaliada também por marcadores sanguíneos e urinários. As alterações
laboratoriais encontradas são: aumento das concentrações séricas de ureia e
creatinina, alterações eletrolíticas, acidose metabólica, hipoalbuminemia,
anemia não regenerativa e aumento de amilase e lipase.
Foto: Google Imagens. |
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